sábado, 19 de setembro de 2015

EM NOME DA DIVERSIDADE


Ontem ouvi de uma pessoa que estimo muito que Deus é machista. Puxa vida! Fui obrigado a retrucar, porque Deus não é nem um pouco machista. Na verdade, Deus não é partidário do homem nem da mulher; não é machista nem feminista. O único partido de Deus é a pobreza, que deve, portanto, ser também o único partido da Igreja.
Algumas frases de Dr. Martinho Lutero sobre a mulher me encantam muitíssimo, principalmente ao considerar seu contexto histórico, em que os teólogos demonizavam as mulheres, como se elas fossem a causa do pecado. Por exemplo: "Chegaram, pois, à conclusão de que a mulher é um mal necessário e que nenhuma casa está isenta desse mal. Isso, porém, são palavras de gentios cegos, que não sabem que homem e mulher são criatura de Deus, e blasfemam contra sua obra, como se homem e mulher tivessem surgido por acaso. Creio inclusive que, se as mulheres fossem escrever livros, escreveriam AS MESMAS COISAS SOBRE OS HOMENS". Outra frase interessante: "Aqui ninguém é judeu, nem gentio, nem escravo, nem liberto, nem homem, nem mulher, mas tudo e tão somente é Cristo. Pois é a mesma fé, os mesmos bens, a mesma herança, tudo é igual. Por isso também podes dizer: quem é chamado sendo homem, este é mulher perante Deus; e quem é chamado sendo mulher, este é homem perante Deus". Homem corajoso e muito à frente de sua época! Mas principalmente um homem comprometido com a Escritura.
É importante lembrarmos da criação da mulher ao defendermos a visão verdadeiramente apostólica acerca dela. Antes de a mulher ser mulher, ela é Homem, como está escrito em Gênesis 1:27: "CRIOU, DEUS, POIS, O HOMEM à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". Quer dizer, Deus, ao criar a mulher, dotou-a de espírito, razão, inteligência, de tudo o que compõe a essência do homem. Portanto, uma só é a essência humana, apresente-se ela acidentalmente como homem ou mulher. Tanto é que no Céu não haverá homem nem mulher, porque para Deus isso não faz diferença (Mateus 22:29-30). Para Deus o que importa é que homem e mulher são homens, humanidade. Se isso estivesse na cabeça de todos já não teríamos que ouvir aquela chatice que antecede qualquer discurso atual: senhoras e senhores, médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, professores e professoras, burrice que as feministas inventaram, por não saberem até hoje que homem e mulher são iguais, uma mesma essência, uma mesma humanidade. As feministas querem transformar a mulher em uma outra espécie de ser vivo, que não o homem.
São Paulo, coitado, é o mais atacado pelas feministas em geral. Foi ele que, ao meditar sobre a criação, afirmou: "Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem" (1 Coríntios 11:9). Mas isso é a mais pura verdade! Homem e mulher são iguais perante Deus, uma mesma humanidade, entretanto são notoriamente diferentes. A mulher foi criada a partir de Adão para ser sua auxiliadora. Logo se vê que a mulher foi criada para o homem, para ajudá-lo. Por isso é que homem e mulher são diferentes, porque a mulher foi criada para complementar o homem naquilo que ele não é. Caso contrário, ela não seria um auxílio idôneo. É assim que o homem se completa na mulher e vice-versa, tornando-se ambos uma humanidade melhor.
Percebe-se então que o homem é o chefe de família. Tem pessoas que não querem admitir isso. Aceitam que haja chefe no trabalho, na cidade, na igreja, no estado e no país, mas não estão dispostas a aceitar que a família tenha um chefe. Ora, antes de existir trabalho, cidade, igreja, estado ou país, existe a família como primeira sociedade, que deve ter seu próprio governo ou chefia. E esse papel foi dado ao homem. A mulher foi criada para auxiliá-lo nessa missão. O homem precisa da mulher para constituir uma família e para governá-la bem.
Nossa experiência com governo e chefia não é boa. Também somos naturalmente avessos à submissão. Entretanto, o problema não está na chefia, governo ou submissão, porém em nós mesmos, que somos pecadores, não sabemos mandar nem obedecer, menos ainda amar e detestamos a humildade.
Quando Deus criou a mulher para o homem, este não havia pecado ainda. O homem estabeleceu com a mulher uma sociedade amorosa, complementar, prazerosa e fecunda. O homem se sentia mais humano por estar ao lado da mulher e a mulher se sentia mais humana por estar ao lado do homem. Quando, porém, o pecado entrou na humanidade, então Deus disse à mulher: "O teu desejo será para o teu marido, e ele te governará" (Gênesis 3:16). É o pecado que destruiu essa relação harmoniosa e pacífica, em que o homem cuidava da mulher, enquanto era servido amorosamente por ela. Foi o pecado que transformou o homem em um tirano. A partir de então a mulher deixou de ser uma auxiliadora para tornar-se uma escrava do homem, sendo submetida a todo o tipo de violência e dominação, por ser fisicamente mais fraca: exploração sexual, repressão, violência doméstica e outras sevícias.
Quero que fique claro que isso não é vontade de Deus. Isso é vontade do diabo e do homem caído. Para Deus não há homem e mulher, mas somente homens, que são o objeto de seu profundo amor.
Quando Deus manifestou sua vontade a Moisés, ele procurou defender de muitas maneiras as mulheres, para que os judeus não as tratassem com tirania, como ocorria entre os outros povos. Por exemplo, o homem não podia ter relações com sua mulher se ela estivesse menstruada (Levítico 18:19) ou de resguardo (Levítico 12:1-5). Também não podia tocar na mulher se estivesse com gonorreia, para preservação da saúde dela (Levítico 15:2-8). A Lei determinava que o homem era obrigado a desposar uma mulher se se deitasse com ela, ainda que fosse casado (Deuteronômio 22:29-29). Deus ainda justificou essa lei da seguinte maneira: "uma vez que a humilhou". Então a poligamia foi tolerada por Deus para proteger a honra da mulher. 
Apesar de muitos acharem que Deus havia ordenado a morte somente das adúlteras, com base naquela passagem bem conhecida do Evangelho, em que trouxeram a Jesus somente a adúltera para ser apedrejada, Deus ordenou que homem e mulher adúlteros fossem mortos (Levítico 20:10). O meretrício foi proibido ao povo judeu (Levítico 19:29). Deus também proibiu o homem recém-casado de partir para a guerra durante um ano após as bodas, para "promover a felicidade à mulher que tomou" (Deuteronômio 24:5). Veja que lei poética Deus deu à mulher! Essa Lei também diminuía o risco de a mulher ficar viúva sem descendência, o que para o povo judeu era motivo de vergonha. 
A Lei ordenava a morte a todo estuprador (Deuteronômio 22:25-26). O interessante é que Deus também justifica essa Lei, mesmo sem necessidade, só para mostrar sua preocupação pela pobreza da mulher, no contexto do pecado: "À moça não farás nada; ela não tem culpa de morte, porque, como homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim também é este caso"
Por causa da mulher, Deus permitiu que o homem desse a ela carta de divórcio, para que este não a maltratasse até à morte, ao enjoar-se dela, como era costume na época. Também a mulher que era deixada pelo marido estava livre dele para sempre, para poder retomar sua vida ao lado de outro homem, porque Deus fez questão de proibir ao homem que se divorciava de procurar sua ex-mulher novamente (Deuteronômio 24:1-4).
Portanto, grande foi o esforço de Deus para amenizar a tirania do homem sobre a mulher, no contexto do pecado. 
São Paulo nos deixou o seguinte ensinamento, também muito controverso, por não ser politicamente correto nos dias atuais: "As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela" (Efésios 5:22-25). Aqui S. Paulo enfatiza a questão da ordem que se deve existir nesta pequenina sociedade chamada família, que, embora pequena, é a sociedade mais importante do mundo. É necessário que a família, como sociedade que é, tenha um chefe e esse chefe deve ser o homem, não a mulher. Como todo chefe, o homem deve ser honrado e obedecido. Mas como para todo direito há também deveres, São Paulo cobra muito mais do homem nesse texto que da mulher. Ele diz que a mulher deve se sujeitar ao marido como a Igreja se sujeita a Cristo e que o marido deve AMAR sua esposa como Cristo ama sua Igreja, tendo se entregado para salvação dela. É evidente que o amor que Cristo tem pela Igreja é muito, muito superior à submissão exigida dela. Pois então, São Paulo cobra dos homens que amem suas esposas como Cristo amou a Igreja. Quer uma exigência maior que essa? 
Eu preferiria mil vezes que S. Paulo tivesse ordenado a mim que fosse submisso à minha esposa. Certamente seria menos difícil para mim. É que quem ama deve servir ao outro como verdadeiro escravo, esquecendo-se de si mesmo, tendo em vista somente o bem alheio, acima de seu próprio bem. Do homem é requerido que ame sua esposa e que a salve, inclusive seu corpo. O homem deve cuidar do corpo de sua mulher, preservar sua honra, ajudá-la em sua fé e levá-la ao Céu, como Cristo faz com sua Igreja.
As feministas de hoje não têm sequer a centésima parte do respeito que S. Paulo devotava às mulheres. Que dizer do respeito que vem do próprio Deus? Como disse também S. Paulo: "Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; NEM HOMEM NEM MULHER; porque todos vós sois UM em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28-29).
Acho importante apresentar a visão verdadeiramente cristã da mulher, porque nos dias de hoje respeito aos "direitos da mulher" tem sido isso: apoiar a prostituição, cuja degradação envolvida não parece incomodar ninguém. Arduamente combatemos o trabalho escravo e a exploração de menores, mas fazemos vistas grossas à exploração sexual da mulher. 
Defender os "direitos da mulher" hoje é permitir que, em nome de uma suposta liberdade sexual, a mulher seja privada de desenvolver suas potencialidades por causa de uma gravidez não desejada e não assumida pelo parceiro, não havendo nada que a ampare judicialmente, senão uma reles pensão alimentícia. Então os defensores dos "direitos da mulher" vêm e propõem como solução o aborto, que é outra agressão à mulher.
Sem dúvida alguma, o aborto é um crime gravíssimo. Não é crime segundo a Bíblia ou segundo a Igreja, mas crime contra a Lei natural, conforme se lê no juramento PAGÃO de Hipócrates. Obviamente, todo crime traz culpa; toda culpa, escravidão; toda escravidão, opressão. Aqui impera a pior de todas as opressões: a opressão da consciência. E cadê o homem para padecer com a mulher?
Ser mulher hoje é trabalhar mais que o homem e sustentar a casa. É abdicar da graça de ser mãe para viver um carreirismo desenfreado. Andar em pé de igualdade com o homem significa fornicação, bebedeira, uso de drogas e todo o tipo de abuso contra o corpo sagrado, vícios que para o homem sempre foram socialmente aceitos, para sua desgraça, e que hoje são copiados pelas mulheres como alvo de liberdade. São inclusive idolatrados como ícones da emancipação feminina. Então ser mulher moderna é desejar se degradar como os homens, enlamear-se nos seus vícios, perdendo a moral, a boa consciência e a saúde do corpo.
A legalização do adultério, o divórcio, a legitimação da união estável e a legitimação do concubinato parecem grandes conquistas para a mulher moderna, mas na verdade são grandes armas de dominação masculina, porque permitem ao homem usar a mulher da maneira que quiser, pelo tempo que quiser. Livrar-se de mulher e filhos tornou-se questão de dinheiro: partilha de bens e pensão. Ninguém está preocupado com a honra e com a dificílima tarefa de criar filhos.
Fico pensando: o que aconteceu entre o espartilho e a escravidão feminina de hoje? Porque tudo isso que a mulher tem padecido em nome da liberdade não é nada diante do espartilho.
Curiosamente, ser mulher hoje é deixar de ser homem, isto é, deixar de ser humana. Hoje é politicamente correto que homem e mulher sejam tratados como animais de espécies diferentes. Homem e mulher nunca estiveram tão distantes um do outro como nos tempos atuais. É então que questiono: a liberdade está em separar ou em juntar? A liberdade está na destruição da diversidade ou na valorização dela?
A sociedade é muito contraditória. Ela quer a diversidade e luta por isso, o que é correto, mas não aceita e respeita a principal diversidade, a mais linda e sublime de todas: ser humano homem e mulher.



Autoria: Carlos Alberto Leão.
Imagem extraída da internet.

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