quinta-feira, 16 de abril de 2015

Deposuit potentes de sede et exaltavit humiles - Destituiu dos seus tronos os poderosos e exaltou os que estão por baixo


"A terceira obra: humilhação dos grandes

Esta obra e a seguinte são fáceis de entender a partir das duas anteriores. Deus destrói os sábios e pretensiosos em seus próprios planos, nos quais eles confiam e com os quais tratam com arrogância os tementes a Deus. Estes têm que sofrer injustiça, e seus pensamentos e direito têm que ser condenados, como acontece, com maior frequência, por causa da Palavra de Deus. Da mesma forma, Deus destrói os poderosos e grandes e os priva de seu poder e autoridade em que confiam. Eles exercem sua arrogância contra os inferiores e os humildes piedosos, que têm que sofrer da parte deles danos, dores, morte e toda espécie de maldades. Assim como Deus consola aqueles que precisam sofrer injustiça e desonra por causa de sua justiça, da verdade e da Palavra, também consola os que têm que sofrer danos e males. À medida que consola estes, aterroriza aqueles. Isso tudo tem que ser reconhecido e aguardado na fé. Pois Deus não destrói os poderosos tão rapidamente quanto merecem. Deixa-os por algum tempo, até que seu poder chegue ao auge. Então Deus não o sustenta. Ele também não consegue sustentar a si mesmo e assim se extingue sem qualquer barulho. Então os oprimidos levantam, igualmente sem barulho, pois o poder de Deus está neles. Este subsiste somente quando aquele desapareceu.
Maria não diz que Deus destruirá os tronos, mas que derruba deles os poderosos. Também não diz que deixa os humildes na humildade, mas os exalta. Pois enquanto a terra existir, tem que haver autoridade, governo, poder e os tronos. Mas Deus não tolera por muito tempo que abusem deles e os usem em oposição a ele, para praticar injustiça e violência contra os piedosos, e que nisso encontrem prazer e se gabem disso, não os usando com temor de Deus para seu louvor e proteção da justiça. Vemos em todos os livros de História e de experiência própria como Deus exalta um reino e derruba outro, como ergue um principado e reprime outro, como aumenta um povo e destrói outro (...).
Ora, acontece nos assuntos divinos que os sábios e arrogantes pretensiosos normalmente se unem aos poderosos. Incitam esses contra a verdade, como está escrito no Salmo 2:2: "Os reis da terra se ergueram, e os príncipes conspiraram contra Deus e seu Ungido", etc. Assim a justiça e a verdade sempre têm que ter ao mesmo tempo contra si os sábios, poderosos e ricos, ou seja, o mundo com sua força máxima e suprema. Por isso, o Espírito Santo consola-os pela boca dessa mãe, para que não se enganem, nem se assustem: deixa-os ser sábios, poderosos e ricos. Isso não dura muito (...).

A quarta obra: exaltação dos humildes

Quando digo "os que estão por baixo", isso não significa simplesmente "os humildes". Penso em todos aqueles que nada valem perante o mundo e que são absolutamente nada. Exatamente esta palavra Maria aplica a si mesma: "Contemplou a nulidade de sua serva" (Lucas 1:48)(...). O "exaltar" não deve ser entendido como se Deus os colocasse em tronos e nas posições daqueles que tirou do poder (...). Antes Deus lhes concede muito mais: exaltados em Deus e espiritualmente, são instituídos juízes sobre tronos e poderes e sobre saber aqui e lá. Pois sabem mais do que todos os sábios e poderosos (...)". (Dr. Martinho Lutero). Os grifos são meus.
Vídeo extraído do Youtube.

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