quarta-feira, 24 de junho de 2015

A SABEDORIA DA DESISTÊNCIA




Sou uma pessoa muito teimosa. Herdei isso de minha mãe. Quando é com Deus, então, a coisa não muda. Ele sabe de minha teimosia. Quando quero muito algo, eu peço insistentemente a Deus, sem descanso nem trégua. Procuro conforto na parábola da viúva inoportuna (Lucas 18:1-8) e vou adiante com minha teimosia. 
Tenho percebido ultimamente que minhas orações são muito parecidas. Todas as manhãs, enquanto me dirijo ao trabalho, oro a Deus e apresento a ele sempre as mesmas súplicas. Quando vou comungar, levo a Jesus as mesmas petições. Não considero errado agir assim, porque estou teimando com a pessoa certa, que pode de fato mudar o rumo das coisas. Não estou teimando com homens, mas com o próprio Deus. Muitas graças eu já obtive de Deus mediante essa insistência.
O problema envolvido na teimosia é a falta de descanso em Deus. Muitas vezes me questiono se estou pedindo o mesmo que o Espírito Santo está pedindo em mim. Porque se minha vontade não for a do Espírito Santo, certamente não valerá insistência de minha parte. Também não quero que minha vontade prevaleça sobre a dele, porque ele me ama e me conhece muito mais que eu.
Dias atrás, enquanto tomava banho, envolvido por pensamentos acerca de questões íntimas, que insistentemente venho apresentando perante Deus em oração, fui visitado pela ideia da desistência. Mas como assim, desistência? Fiquei admirado comigo mesmo. Aprendi, ao longo da vida, que o cristão não desiste nunca e que deve permanecer em constante luta. Mas tenho aprendido a analisar o avesso das coisas. Qual o avesso da desistência? Ela é de todo ruim? 
Pois bem, eu acho que não. Eu não sei o que é melhor para mim. Também não quero permitir que minha vontade me oprima. Então vejo que a desistência muitas vezes alivia nosso fardo existencial. Quando eu desisto de algo, abro mão de minha vontade de vez, permitindo que Deus entre com a sua. 
Toda a minha história tem testemunhado que a vontade de Deus é sempre melhor que a minha. Da vontade de Deus nunca irei desistir. Muito pelo contrário, continuarei orando com fervor, diariamente: "Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no Céu". Se não houver fervor, continuarei proferindo tais palavras mecanicamente, desafiando minha carne e o diabo, ciente que minha fé é oculta a mim mesmo. Vou continuar fiando da oração do Espírito Santo em mim, que ora segundo a boa vontade de Deus, continuamente, mesmo quando estou dormindo, trabalhando ou fazendo qualquer outra coisa (Romanos 8:26-27).
É da minha vontade que ando disposto a desistir. Se sou teimoso, outra característica minha é apreciar as surpresas. Estou me disciplinando a desistir de projetos meus em favor da surpresa de Deus. Quando me flagro desejando muito alguma coisa e me sinto desanimado pela demora de Deus em me atender, tenho procurado me consolar da seguinte maneira: "Eu já desisti. Por que ando dando voltas em torno disso?"
Bem, tomara que a oração de amanhã seja um pouco diferente da de hoje, porque se não mudar, eu juro que irei recorrer aos livrinhos de oração, até que saia dessa crise.



Autoria: Carlos Alberto Leão.
Imagem extraída da internet.

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