São Tiago trata de uma espécie de fé que não é capaz de justificar. Essa fé não vem acompanhada de obras. Para S. Tiago, a fé que justifica é necessariamente a fé que resulta em obras. Ao falar em justificação por obras, ele apresenta a fé que está vestida de obras, que Lutero chamaria de "fé composta" ou "fé encarnada". Lutero trabalha com os conceitos de fé simples e fé composta. A primeira é a fé bruta, isenta de obras, em seu sentido absoluto ou substancial. Somente essa fé justifica. A segunda é a fé vestida de obras, é a maneira como a fé pode ser vista e admirada.
Ninguém pode enxergar a fé absoluta, mas enxergamos e apreciamos as obras que advêm dela, que são sua roupagem, sua apresentação. Quando enxergamos uma obra de misericórdia, entendemos que a misericórdia não justifica, mas a fé vestida de misericórdia, que se apresenta como misericórdia, composta de misericórdia, esta sim justifica. A mesma obra realizada por um incrédulo jamais justificaria, antes seria um pecado mortal, um atrevimento, uma abominação perante Deus, pois esse incrédulo quer ser seu próprio salvador. Atente-se ao que S. Tiago diz: "foi pelas obras que a fé se consumou" (S. Tiago 2:22).
Ninguém pode enxergar a fé absoluta, mas enxergamos e apreciamos as obras que advêm dela, que são sua roupagem, sua apresentação. Quando enxergamos uma obra de misericórdia, entendemos que a misericórdia não justifica, mas a fé vestida de misericórdia, que se apresenta como misericórdia, composta de misericórdia, esta sim justifica. A mesma obra realizada por um incrédulo jamais justificaria, antes seria um pecado mortal, um atrevimento, uma abominação perante Deus, pois esse incrédulo quer ser seu próprio salvador. Atente-se ao que S. Tiago diz: "foi pelas obras que a fé se consumou" (S. Tiago 2:22).
São Tiago denuncia a fé histórica, a fé dos escribas e fariseus, a fé que é forjada pelo estudo, a "fé do diabo". Assim afirma ele: "Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem" (S. Tiago 2:19). A fé histórica é fruto de disciplina e aprendizado, pode ser ensinada aos outros, mas é ineficaz, não redunda em mudança de vida, em verdadeira conversão, pois reside somente no intelecto e não toca o espírito. A fé histórica gera soberba.
Há muita fé histórica na Igreja de hoje, basta que nos lembremos das pessoas que comem umas às outras nas redes sociais, sem qualquer misericórdia no trato com o outro. A fé histórica valoriza mais o conhecimento que Deus e a vida humana, não tem qualquer responsabilidade pelo outro e não transforma o coração humano, que continua tão pagão e empedernido quanto antes. A fé histórica é um grave abuso e resultará em inferno, a menos que a pessoa se converta de fato.
A pessoa que mais entende de Escritura e que seria o maior professor de Teologia é o próprio diabo. Ele conhece como ninguém a doutrina cristã, a justificação somente pela fé, e recita de cor e salteado todo o texto das Escrituras, a Confissão de Augsburgo, o Catecismo da Igreja Católica e todas as confissões protestantes, nem por isso é capaz de louvar a Deus, render-lhe culto sincero, arrepender-se dos pecados e amar de fato. A fé histórica é uma árvore infértil, embora muito bonita e louvada. Ah, essa fé jamais justificaria, antes condena ao inferno e leva outros ao inferno também. Nada que o homem produz é capaz de salvá-lo, muito menos essa pseudofé.
Há muita fé histórica na Igreja de hoje, basta que nos lembremos das pessoas que comem umas às outras nas redes sociais, sem qualquer misericórdia no trato com o outro. A fé histórica valoriza mais o conhecimento que Deus e a vida humana, não tem qualquer responsabilidade pelo outro e não transforma o coração humano, que continua tão pagão e empedernido quanto antes. A fé histórica é um grave abuso e resultará em inferno, a menos que a pessoa se converta de fato.
A pessoa que mais entende de Escritura e que seria o maior professor de Teologia é o próprio diabo. Ele conhece como ninguém a doutrina cristã, a justificação somente pela fé, e recita de cor e salteado todo o texto das Escrituras, a Confissão de Augsburgo, o Catecismo da Igreja Católica e todas as confissões protestantes, nem por isso é capaz de louvar a Deus, render-lhe culto sincero, arrepender-se dos pecados e amar de fato. A fé histórica é uma árvore infértil, embora muito bonita e louvada. Ah, essa fé jamais justificaria, antes condena ao inferno e leva outros ao inferno também. Nada que o homem produz é capaz de salvá-lo, muito menos essa pseudofé.
Enquanto S. Tiago exalta a fé composta, vestida de boas obras, visível a todos e extremamente bela, São Paulo detém-se na fé absoluta ou simples, devido às controvérsias entre ele e os cristãos judaizantes. Contra o pensamento judeu, infiltrado na Igreja, que as obras devem complementar à fé, ele se posiciona radicalmente a favor da fé absoluta, aquela que é invisível, só inteligível, porque ainda não se manifestou em obra alguma. Para S. Paulo, a fé justifica e salva antes mesmo de se revelar em obras, antes de qualquer obra, ou seja: em seu estado bruto, da maneira como é vista por Deus e ainda alheia aos homens. São Paulo não quer a joia, mas o diamante bruto. Cristo ama sua noiva pelo que ela é, não pelos trajes que ela usa.
São Paulo, porém, não despreza as obras da Lei ou o cumprimento da Lei. Na verdade, ele deseja ardentemente cumprir a Lei, mas está certo que o cumprimento da Lei só é possível através da fé e por causa da fé. O descrente não cumpre uma lei sequer, ainda que seja a pessoa mais generosa e caridosa do mundo, ainda que seja premiado com o Nobel da Paz. Dessa maneira S. Paulo se expressa: "Anulamos, pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a Lei" (Romanos 3:31).
São Paulo, porém, não despreza as obras da Lei ou o cumprimento da Lei. Na verdade, ele deseja ardentemente cumprir a Lei, mas está certo que o cumprimento da Lei só é possível através da fé e por causa da fé. O descrente não cumpre uma lei sequer, ainda que seja a pessoa mais generosa e caridosa do mundo, ainda que seja premiado com o Nobel da Paz. Dessa maneira S. Paulo se expressa: "Anulamos, pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a Lei" (Romanos 3:31).
Ambos, São Tiago e S. Paulo, direcionam seu olhar para a verdadeira fé, este milagre divino que transforma a realidade humana, que circuncida o coração, que converte o coração a Deus e ao próximo, que transforma o não querer em querer, que faz nascer de novo, que determina novidade de vida. É a fé que ama e testemunha.
Essa fé justifica e salva, coisa que a fé histórica é incapaz de fazer, porque é um simulacro hediondo da verdadeira fé, operado por nossa natureza rebelde, que deseja a todo o custo ser igual a Deus. Sobre isso se posicionam S. Tiago e S. Paulo praticamente com as mesmas palavras: "Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (S. Tiago 1:22) e "diante de Deus não são justos os que ouvem a Lei, mas os que cumprem a Lei" (Romanos 2:13), palavras de S. Paulo. Cuide, porém, de nunca achar que suas boas obras merecem algo de Deus se desprovidas de fé. Igualmente, aprenda a louvar a Deus por cada boa obra que você realiza, pois a fé não é dom da razão, mas dom de Deus (Efésios 2:8).
Essa fé justifica e salva, coisa que a fé histórica é incapaz de fazer, porque é um simulacro hediondo da verdadeira fé, operado por nossa natureza rebelde, que deseja a todo o custo ser igual a Deus. Sobre isso se posicionam S. Tiago e S. Paulo praticamente com as mesmas palavras: "Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (S. Tiago 1:22) e "diante de Deus não são justos os que ouvem a Lei, mas os que cumprem a Lei" (Romanos 2:13), palavras de S. Paulo. Cuide, porém, de nunca achar que suas boas obras merecem algo de Deus se desprovidas de fé. Igualmente, aprenda a louvar a Deus por cada boa obra que você realiza, pois a fé não é dom da razão, mas dom de Deus (Efésios 2:8).
Autoria: Carlos Alberto Leão.
Imagem extraída da internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.