quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

PAI NOSSO DAS FAMÍLIAS - O pão nosso de cada dia nos dá hoje



Querido Pai,

Fome é o que sentimos. Somos necessitados e necessidade significa fome.
Do começo ao fim da vida, todos os dias, somos marcados por ela.
A primeira coisa que buscamos, ao nascer, é ar para respirar. Logo em seguida, o seio materno. Fomes de sobrevivência!
Ao morrermos, temos fome de presença e de coragem.
Quantas são as necessidades humanas tantas fomes nós temos.
Mas do que precisamos? Nosso corpo tem suas necessidades. Nossa alma também tem as suas.
Embora nosso corpo necessite de pouca coisa, nossa alma é complexa e inquieta, devido a incontáveis fomes. 
Assim nos fizeste: Complexos e com fomes incontáveis.
Não necessitamos somente de alimentos. Necessitamos de carinho, de olhares, de aconchego, de paz, de acolhimento, de perdão e de muitas coisas que seria impossível enumerar.
Então, querido Pai, olhamos para nossas famílias e percebemos o quanto estão famintas, mesmo as mais abastadas.
Ajuda marido e mulher a saciarem mutuamente suas fomes. Um cônjuge pertence ao outro. Retira-nos de nosso egoísmo e ajuda-nos a viver esse ensinamento de S. Paulo. Dá-nos um amor verdadeiro, que se expressa em entrega, sem se importar com as consequências disso.
Que não falte às esposas um cônjuge que as escute, que as surpreenda, que as ampare em sua fragilidade e que defenda sua honra. Que não falte aos maridos uma esposa que os acolha, que crie ambiente propício para que eles possam revelar suas fraquezas, que os aconselhe, que os olhe com ternura, que não os desonre com sua insubmissão e que não os fira com palavras pesadas. 
Que um não prive ao outro do amor conjugal.
Dá aos pais que sejam ternos com seus filhos. Vem, bondoso Pai, ensiná-los a serem pais. Que não se preocupem apenas com a fome corporal de seus filhos, pois de todas as fomes que eles têm, certamente essa é a menor. Que saibam ouvi-los, brincar com eles, elogiá-los e corrigi-los. Que sejam pais compreensivos e presentes.
Pai querido, adultérios e divórcios estão acontecendo porque cada qual quer saciar suas fomes, sem se importar com as fomes do outro. Muitos filhos estão sendo privados dos alimentos mais essenciais, que são a base de uma autoestima bem estruturada e de uma vivência fecunda de sua cidadania.
Quero também, bondoso Pai, pedir-te o principal alimento, que é Cristo, o verdadeiro pão. 
Ainda que marido e mulher vivam plenamente a vida conjugal e o amor. Ainda que os pais sejam afetuosos e prudentes na educação dos filhos. Ainda que lares se fundamentem sobre padrões éticos ou morais sólidos. Ainda assim permanecerá essa fome, que deveria nos conduzir a ti. Outra fome nos conduziu ao seio materno. Mas infelizmente, devido ao pecado enraizado em nossa natureza, não somos levados por essa fome a ti. 
Temos fome de um amor estável, imutável, que jamais morra. Queremos um amor que não cesse devido aos nossos erros ou em decorrência da morte. Queremos um amor que sublime o nosso. Nossos amores, por mais verdadeiros que sejam, estão sujeitos ao fim, têm seus limites e são incapazes de perdoar tudo.
Perseguimos ou somos perseguidos por um ideal de amor, do qual nossos amores são apenas sombras.
Dá-nos encontrar esse ideal de amor na concretude de Jesus, para que nossa alma siga saciada, mesmo na carestia, desolação e desgraça corporais.
Que assim seja!





Autoria: Carlos Alberto Leão.
Imagem extraída da internet.

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