terça-feira, 14 de abril de 2015

Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui - Exerceu poder com seu braço e dispersou os soberbos nos desígnios de seu coração


"A segunda obra de Deus: destruir a arrogância espiritual

Ninguém deve confundir-se por eu ter traduzido antes "age poderosamente" e aqui "exerceu poder". Faço isso para que se entenda melhor as palavras. Estas não estão limitadas a nenhum tempo, mas mostram claramente o modo de ser e a obra de Deus como este sempre a fez, faz e fará. Portanto, significa a mesma coisa se eu dissesse o seguinte: Deus é um Senhor cujas obras se realizam de tal forma que ele dispersa energicamente os arrogantes e é misericordioso para com os que têm medo dele. Na Escritura, chama-se de "braço de Deus" seu próprio poder, com o qual Deus age sem intermediação das criaturas. Isso acontece silenciosa e secretamente, de modo que ninguém nota até que acontece. O poder ou o braço pode ser compreendido e reconhecido somente pela fé (...).
O caso é o seguinte: Quando Deus age por meio das criaturas, nota-se evidentemente onde há poder ou fraqueza (...). Quando, por exemplo, um príncipe ganha uma guerra, Deus venceu os outros por meio dele (...). Mas quando Deus age por meio de seu braço, é diferente. Então as coisas estão destruídas antes que alguém se dê conta disso. Ninguém nota isso. Deus realiza essas obras somente entre as duas categorias de pessoas do mundo: os piedosos e os maus. Permite que os piedosos se tornem fracos e oprimidos, de modo que todos pensem que estão acabados, no fim. Justamente então Deus está presente de maneira mais poderosa, de forma tão oculta e secreta, que nem aqueles que sofrem opressão o percebem, mas creem nele. Aí está presente o pleno poder de Deus e todo seu braço. Pois onde o poder do homem chega ao fim, apresenta-se o poder de Deus quando existe fé e quando a fé o espera. Após a opressão, fica evidente que a força estava oculta na fraqueza. Cristo estava impotente na cruz. Justamente ali ele mostrou o maior poder; venceu o pecado, a morte, o mundo, o inferno, o diabo e todo o mau. Neste sentido, os mártires foram fortes e venceram. Também são vencedores ainda hoje os sofredores e oprimidos (...).
Por sua vez, Deus permite que a outra categoria de pessoas se apresente grande e poderosa. Tira deles sua força e permite que inchem apenas com sua própria força. Pois onde entra força humana, a força de Deus se retira. Quando a bolha está bem inchada e todos pensam que venceram e também eles próprios estão certos de o terem concluído, Deus fura a bolha de água, como se nunca tivesse existido (...).
Eis aqui duas obras de Deus opostas entre si. Delas aprendemos que a mente de Deus se mantém longe dos sábios e entendidos. Está próxima dos ignorantes e daqueles que têm que sofrer injustiça (...).
Maria diz: "Os soberbos no desígnio de seu coração". Isso significa: Agrada-lhes sua própria opinião, pretensão e inteligência, inspiradas não por Deus, mas por seu próprio coração, como se fosse o mais correto, o melhor e mais sábio (...).
Essas são as pessoas mais venenosas e nocivas na terra. É uma profunda arrogância diabólica, contra a qual nada se pode fazer. Elas não ouvem. Não lhes diz nada o que se fala e o aplicam aos pobres pecadores, que precisam dessa instrução. Elas não precisam disso (...). Os ricos destroem a verdade entre eles próprios; os poderosos a expulsam dos outros; mas os sábios a extinguem completamente e introduzem outra coisa: suas próprias pretensões, para que não tenha chance de se reerguer (...)". (Dr. Martinho Lutero). Os grifos são meus.
Vídeo extraído do Youtube.

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