Creio que o corpo de Cristo está no pão, unido ao pão e incluso nele. Quando o ministro eleva o pão, eleva também o corpo de Cristo.
Não creio que o pão seja símbolo do corpo. Também não creio que o pão se transforma em corpo.
Eu creio que o verdadeiro sangue de Cristo, o mesmo que jorrou na cruz, está realmente no vinho, unido a ele e incluso nele. Também não creio que o vinho seja símbolo do sangue, nem tampouco que o vinho se transforma em sangue.
Creio que o milagre da presença física de Cristo na Eucaristia é operado pela onipotente Palavra de Deus.
Creio que o proveito de receber na boca o corpo e o sangue de Cristo é a remissão dos pecados.
Creio que a fé não estabelece o milagre eucarístico. Creio que o milagre é estabelecido pela Palavra de Deus e recebido pela fé de quem comunga.
Creio que o proveito da Eucaristia, que é a remissão dos pecados, só existe para quem crê.
Creio que o incrédulo que comunga, igualmente recebe em sua boca o corpo e o sangue de Cristo, mas não se apropria da remissão dos pecados, antes é condenado pelo ato de comer e beber.
Creio que devo receber o pão e o vinho, o corpo e o sangue, conforme a instituição da Ceia, e que não devo receber apenas uma das partes por racionalmente concluir que o Cristo inteiro se encontra nela.
Creio que o milagre da Eucaristia é impossível de ser explicado pela razão humana e que qualquer esforço nesse sentido incorrerá necessariamente em erro.
Não creio que recebo um pedaço da carne de Cristo, mas o corpo inteiro. Também não creio que recebo uma gota do sangue de Cristo, mas o seu sangue inteiro.
Creio que a presença de Cristo na Eucaristia é substancial e física, mas não carnal. Creio que seja uma presença sobrenatural e mística.
Comer o corpo de Cristo e beber seu sangue não significa mastigar e digerir sua carne, como se fosse uma refeição carnal, mas trata-se de um comer sobrenatural e místico, conforme à natureza de sua presença.
Creio que a Palavra de Deus opera sozinha o milagre eucarístico. Não creio que o ministério participe desse milagre. Também não creio na validade de uma Eucaristia celebrada sem o proferimento da Palavra: "Isto é o meu corpo que é dado por vós; isto é o meu sangue que é derramado por vós, para remissão dos pecados".
Creio que o ministro da Palavra, ao consagrar a Eucaristia, atua no lugar de Cristo ou in persona Christi, de maneira que o verdadeiro celebrante não é o ministro, mas o próprio Senhor. É Cristo quem parte o pão e dá, é Cristo quem toma o cálice e entrega, na figura do ministro.
Embora tenha plena convicção da presença do Cristo inteiro na Eucaristia, obviamente com sua Divindade, por respeito à instituição do sacramento, não creio que se deva guardar o pão e vinho consagrados para serem cultuados. Creio que o pão-corpo é adorado ao ser comido, assim como eu creio que o vinho-sangue é adorado ao ser bebido, e não através de sua contemplação.
Não creio em comunhão espiritual sem a participação material do pão-corpo e do vinho-sangue. Creio que a mera contemplação da Eucaristia não me garante a remissão dos pecados, mas o ato de comer e beber.
Não creio que se deva celebrar a Eucaristia para beneficiar os outros, muito menos quem está morto. Creio que cada qual deve comungar por sua própria necessidade e para a remissão de seus pecados.
A Eucaristia não é uma boa obra por meio da qual se possa auferir mérito (ou indulgência) perante Deus, muito menos transferi-lo a outros, com o intuito de satisfazer por sua culpa.
Não creio que a Eucaristia seja uma repetição ou atualização do sacrifício de Cristo na cruz. Creio sim que o sacrifício de Cristo é histórico e único, mas o fruto desse sacrifício, que é a remissão dos pecados, é-me oferecido toda vez que comungo o pão-corpo e o vinho-sangue.
Não creio que o sacrifício de Cristo seja repetido ou atualizado em cada celebração eucarística, mas que recebo em mim, por meio da fé, o sacrifício de Cristo, para que se torne meu. É-me dado o Cristo crucificado pelos meus pecados. É-me dada a Palavra que diz: "Dado e derramado EM FAVOR de vós".
Creio que a Eucaristia não é um sacrifício para pacificar um Deus irado, mas um sacrifício de louvor a um Deus reconciliado comigo por meio de Cristo.
Autoria: Carlos Alberto Leão.
Imagem extraída da página do Facebook da Concordia Theological Seminary.
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